Dizia-me, há meses, a minha irmã de 12 anos que estava apaixonada, pela pessoa mais bonita do mundo. Era uma daquelas paixonetas platónicas, por um cantor. Tinha as músicas, tinha os posters... o que não tinha?
Hoje, encontrei, num canto de uma gaveta do meu quarto, perdida, uma folha em que estavam escritos, pela letra da minha irmã, o nome dela mais o nome daquele tal cantor arrasa corações. Peguei naquele pedaço de papel e, como criança deliciada, fui confrontar-lhe com aquilo, à espera que ela ficasse envergonhada e que desatasse aos gritos. Como todas as meninas fazem. Pois bem, a senhora Rita surpreendeu-me. Não fez nada! Pior, olhou com indiferença aquelas letras escritas a cor-de-rosa e a vermelho e disse: “ah, isso…”.
Não era o que eu estava à espera. De forma alguma. Ela virou-me as costas e continuou a fazer lá o que estava a fazer.
Hoje, encontrei, num canto de uma gaveta do meu quarto, perdida, uma folha em que estavam escritos, pela letra da minha irmã, o nome dela mais o nome daquele tal cantor arrasa corações. Peguei naquele pedaço de papel e, como criança deliciada, fui confrontar-lhe com aquilo, à espera que ela ficasse envergonhada e que desatasse aos gritos. Como todas as meninas fazem. Pois bem, a senhora Rita surpreendeu-me. Não fez nada! Pior, olhou com indiferença aquelas letras escritas a cor-de-rosa e a vermelho e disse: “ah, isso…”.
Não era o que eu estava à espera. De forma alguma. Ela virou-me as costas e continuou a fazer lá o que estava a fazer.
Não convencida, fui tirar satisfações. “Então tu não gostavas dele? Ele não era o mais lindo do mundo para ti?” Com a Rita mantenho aquela linguagem de crianças, até porque não me sei chegar a ela de outra forma, somos, como sempre fomos, crianças.
“ Já não gosto dele. Já passou”.
“ Já não gosto dele. Já passou”.
Não fiquei nada satisfeita. Primeiro, porque o meu plano para a deixar constrangida foi um fiasco e depois, porque, de repente, parecia que a Rita tinha crescido e eu me mantivera uma criança.