À procura de uma desculpa qualquer para escrever

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Apesar de estarmos numa fase complicada do semestre e eu estar, como hei-de dizer, “atolada” de trabalhos para fazer, num domingo que posso dizer que tenho por minha total conta, acordo e não me apetece fazer nada disso…nada de concreto. Olho para o meu quarto, desarrumado, o que não estava ontem, antes de chegar a casa. Chego eu e deixo pelo chão as roupas, os livros, a cama por fazer. Chego eu e tiro a ordem que durante cinco dias a minha mãe tão carinhosamente construiu no meu quarto. Devia mudar, mas já sei que não consigo. Já tentei e depressa cheguei à conclusão que não conseguia.
As pessoas que conseguem mudar os seus feitios ou pequenas partes dos seus modos de ser são umas sortudas. Digo isto porque antes de mais nada, se mudaram é porque queriam mudar. E depois do querer vem o conseguir, o que eu, sinceramente, acho ser o mais difícil. Querer, podemos querer muita coisa, mas conseguir… gostava de conseguir limar pequenas falhas minhas, não para ser melhor pessoa, mas para conseguir conviver melhor comigo mesma. Egoísta!
O arrependimento é dos piores sentimentos que existem. Saber que não se pode voltar atrás para reparar um erro, para fazermos diferente… é como se nos roubassem um pouco da nossa vida. É como se o livre-arbítrio não fosse para nada, se acabamos sempre por errar.
Mas não. As lições que melhor se aprendem são as que vêm depois de se ter errado. É ao experimentar que sabemos se levamos uma peça de roupa ou não. O Erro e o Sucesso são quem nos traça o nosso rasto. Cabe-nos saber mudar de direcção nas alturas certas e prosseguirmos em frente, sem esquecer o que fizemos para trás.


Morning Theft (Live) - Jeff Buckley

Aos domingos as coisas parecem-me sempre mais calmas e claras.